domingo, 1 de novembro de 2009

O que são Pitas?

... Belo mundo este em que fomos largados. Belo país este que nos calhou. Dá-me vómitos pensar que metade das raparigas deste país (sem querer a falar das do restante mundo) pertence a uma subespécie de rapariga: a pita (ou pItAh para que elas percebam). Afinal o que é uma pita? O conceito de pita é hoje tão vasto, tão amplo (em contraposição com a mente da própria) que nos chega a ser difícil obtê-lo. Porém, através de uma generalização, uma pita pode ser definida como “uma adolescente com a mania de que já é uma mulher com muitos problemas quer de foro pessoal, quer de foro social, com uma personalidade não própria que lhe foi embutida no seu inapto cérebro por elaboradas manobras de marketing e pela manipulação exercida pela sociedade que a rodeia" Há certos factos comuns que unem os vários tipos de pita. Uma esmagadora maioria é fã da novela “Morangos com Açúcar”, (a partir de agora referir-me-ei a esta novela como “a novela” de modo a não ter que voltar a escrever o seu nome neste texto), daquelas típicas revistas sopeiras para pita e, consequentemente, dos D’ZRT (mais uma vez, para não sujar o texto com esse nome, referir-me-ei a eles como “a pseudo-banda”) e teima em escrever com toda uma série de caracteres inúteis e adereços carnavalescos só porque “fIka wInduh e f0fInhuH” (para quem, por sorte, nunca se deparou com este tipo de escrita passo a traduzir: “fica lindo e fofinho”).
Parte 1: Awakening: O despertar da pita: -adolescência. Nasce-lhes o primeiro pintelho ou ocorre qualquer outro fenómeno que lhes possa sugerir que estão um pouco mais próximas da maturidade e rapariga vira pita-temporal. Até aqui, tudo bem. É uma fase normal que será ultrapassada por todas as raparigas detentoras de uma independência mental, ou seja, a capacidade de pensar por si próprias. Porém, em muitos casos, a independência mental ou nunca teve o seu lugar no seu cérebro ou foi-lhe retirada (talvez devido à educação que teve) e isso não acontece: a pita pré-adolescente entra na adolescência arrastando consigo uma mentalidade que já deveria fazer parte do passado. Surge então o dilema. A pita desejará chamar a atenção, sim. É essa a sua necessidade básica. Gente normal precisa de coisas como comer, beber e dormir, mas para as pitas tudo se centra em si próprias e no que os outros possam pensar dela. Para chamar a atenção, deverá então “evoluir” (se é que lhe podemos chamar de evolução) para uma subespécie de pita com características mais vincadas. Todas as pitas têm algumas coisas em comum: • Todas vêm os Morangos com Açúcar, que funciona como uma Bíblia;
• Todas ouvem Tokio Hotel e falam, em especial no MSN, com as outras pitas tokio-hoteladas sobre os membros da banda;
• Todas, ou a grande maioria, usam a linguagem denominada por miguxês;
• Todas, excluindo as pitas-intelectuais, perdem a virgindade antes dos 15;
• Todas, incluindo as pitas intelectuais, são burras;
• Todas usam maquilhagem para disfarçarem a enorme quantidade de borbulhas e pontos negros que têm;
• A cor preferida delas é o rosa, apesar de muitas dizerem que é o preto para mostrarem a sua rebeldia;
• E em vez de se rirem dizem LOL. Manias...

No país dos Lambe-Botas!

Era um país muito pequeno, de forma mais ou menos rectangular, no canto de um velho continente. País que outrora foi o maior. O seu território dispersava-se por todo o mundo. Mas ficara reduzido ao pequeno rectângulo e pouco mais. Ganância de uns, inoperância de outros, vontade de muitos. Nesse país, começou a despontar uma classe social. A dos lambe-botas ou bajuladores. Sempre existiram, mas a partir de certa altura começaram a reproduzir-se como coelhos (coitados dos bichos), e na data da visita do narrador eram "mais do que as mães". Mas afinal o que isso de lambe-botas? Antes de tudo convém dizer que, em contraposição (ou mais concretamente no topo da cadeia hierárquica), se encontram os botas lambidas, mas desses trataremos adiante. Os lambe-botas, ou bajuladores, são pessoas que trocaram a sua dignidade a troco de favores ou de uma carreira. Honra é coisa que se lhes não conhece. Escrúpulos também não. São capazes de tudo para atingir os seus objectivos, e quando digo de tudo, é tudo mesmo. Basta saber que o bota lambida pretende algo que, jogando em antecipação se apressa a satisfazer. Não ousa contradizer ou desagradar a pessoa a quem bajula. Às vezes sente-se pena deles, de tanto lamberem ficam com a língua toda gretada. Coitados... E quando têm que bajular mais de um, com interesses antagónicos? é vê-los feitos baratas tontas... Há também aqueles que lambem e continuam a lamber, mas como vêm o caminho apertado mudam de lambido. É hora de saltar do lado direito para o esquerdo, e vice-versa... A esta hora estarão a pensar: mas porque raio é que estes seres não são pura e simplesmente banidos da sociedade, de tão rascas que são? É de fácil resposta: porque estão em maioria. E para se viver neste país com tranquilidade tem que se ser lambe-botas. Eles proliferam por todo o lado: em cargos de chefia, em lugares de destaque na vida social, política, sei lá, tudo o mais que possam imaginar. Eles são tantos em tantos sítios que, salvo honrosas excepções (que confirmam a regra) não há lugar de destaque que não esteja ocupado. E é aí que se dá a metamorfose: passam de lambe-botas, a bota-lambida, de bajulador a bajulado, iniciando-se um novo ciclo, que levará novos lambe-botas à mais alta cadeira hierárquica, renovando-se assim a classe. Há estabelecimentos de ensino que promovem cursos de lambe-botismo. Há até um MBA em bajulação. Os workshops de como bem lamber as botas do senhor proliferam, com muitas demonstrações práticas. Aliás, é aqui que muitas vezes se dão a conhecer. Neste país, a frontalidade é confundida com falta de educação, com populismo, com “arruaceirismo”. Seriedade e honestidade são falsas modéstias. São “promulgadas leis” para encobrir as subidas dos lambe-botas e conferir maior seriedade à coisa. E se por acaso há um bom lambedor e não há lugar para ele de imediato, lá se arranja qualquer coisa. Neste país, há muito poucos lugares para os outros, aqueles que tentam construir uma carreira sem atropelos, sem manobras obscuras, de forma séria e transparente. E não é que, de repente, acordei e ao relembrar o sonho pensei: "eles andam aí..." Lambe-botas: composto; 2 géneros e 2 números:
1) Aquele que bajula a outrem; 2) Pessoa subserviente; 3) Lacaio. Exemplo: chefias da treta "a meio do escadote da ambição" de uma empresa de segurança que eu conheço...

No Inferno o fogo arde sem matar?

Se fores realmente mau, mas mesmo mau, vais parar ao Inferno. O Inferno não é como o metropolitano de Lisboa, é mais arejado, embora se assemelhe a uma esplanada subterrânea frequentada por demónios. As pessoas que se portam mal na Terra são obrigadas a ir para lá trabalhar como empregados de mesa. Ao mesmo tempo que servem às mesas, os condenados ardem para toda a eternidade numa dor tão indescritível que até os adjectivos são feitos em cinzas. De vez em quando chegam notícias do Paraíso, só para picar (as forquilhas estão equipadas com uma espécie de rádio-transmissor) e ouvem-se histórias sobre uma esplanada muito mais agradável onde os clientes consultam os jornais desportivos, bebem um café e até costumam dar boas gorjetas. No Inferno usa-se um tipo especial de fogo, não um fogo que arde sem se ver, como dizia Camões, que por acaso era cego de um olho e sabia muito bem do que estava a falar, mas um fogo que queima sem matar, como a aguardente. Isto é muito estranho porque quando se diz que uma pessoa vai parar ao Inferno, parte-se do princípio de que só faz a viagem depois de morrer. Se estivesse viva, a pessoa não estaria no Inferno mas na Terra. E na Terra, como se sabe, o fogo arde, é visível e mata. Quando morremos só nos sobra a alma. Pelo menos é o que se diz e não sou eu que vou agora desmentir verdades absolutas. Mas dado que a alma é insubstancial, incorpórea e não está sujeita às leis da Física, não vejo como será possível que o fogo a afecte. A não ser que o fogo, que é um fenómeno físico, possua propriedades completamente diferentes no Inferno e seja tão insubstancial como a alma. Se é assim, então porque razão continuam a chamar-lhe fogo? Será que o Inferno é apenas uma alegoria, uma versão mais hardcore da Alegoria da Caverna, de Platão? Se o Inferno é uma alegoria, será que o Céu não será também outra alegoria? Até porque não estou a ver que Satanás, esse grande mafioso, se deixe ficar a vegetar. Admito que para um gajo como ele seja divertido assistir à queima dos condenados, mas depois de muitos milhares de anos até o Diabo se deve aborrecer por estar sempre a ouvir a mesma gritaria. E não existem provas documentais de que alguma vez tenha descido à Terra para gamar uns auscultadores. Gamou-nos uns chifres, sim, mas auscultadores? Nunca ouvi falar. Satanás tem uma série de diabinhos e demónios a quem pode delegar funções, pelo menos é o que dizem, mas até aqueles podem ser tocados pelo stress e ficar afectados. E depois? Ficamos por ali a arder em auto-gestão? Não há ninguém para tomar conta do nosso sofrimento eterno? Não, meus amigos, aqui há gato.

De Vítima a Arguido

Aqui vai mais uma história caricata, bem à portuguesa... Um amigo meu, à coisa de 3 meses, surpreendeu às 2 horas da manhã, 2 intrusos no interior da garagem da sua vivenda na Malveira, que tentavam arrombar o seu BMW X5. De imediato, comunicou o facto às autoridades ligando o 112. Após o "devido encaminhamento" da chamada, foi atendido por um "simpático" agente da GNR que o informou que, por falta de meios, apenas seria enviada uma patrulha ao local daí a uns 30 minutos. Entretanto, foi aconselhado a manter a calma e a aguardar pacientemente (Calma? Paciência? Será que o homem teria percebido mal?). Cerca de 10 minutos após o 1º telefonema, o meu amigo volta a ligar para o 112, de onde o "simpático" e "prestável" agente, reitera a ideia de que não existiam no momento meios disponíveis. Educadamente, o meu amigo (a brincar) comunica-lhe que já não era necessária a presença das autoridades, pois já havia "resolvido" o assunto, matando a tiro os supracitados intrusos. Em poucos minutos, viu a sua vivenda a ser cercada pelas autoridades, a rua fechada ao trânsito e, literalmente, do nada sugiram vários carros da polícia e ambulâncias do INEM. Qual não foi o espanto das autoridades quando descobriram que, afinal, os meliantes estavam vivos e de boa saúde, ainda no interior da aludida garagem! Interrogado sobre este facto, o meu amigo acabou por confessar que foi a única forma de chamar a atenção da polícia para o seu problema. Tendo o mesmo sido posteriormente detido, e punido com uma coima no valor 500€, por desrespeito à autoridade... (???). Resumindo e concluindo: onde estava a "bófia" entre a 1ª e a 2ª chamada para o 112? Afinal, de onde surgiram todos os meios, antes indisponíveis? Pois é, não vale a pena tentar perceber. Afinal, é mais uma "aventura" à portuguesa... Carlos Freire/ 2007

Vamos tentar falar melhor!/ Comentem e acrescentem

Numa altura que se vive na sociedade do "politicamente correcto", vamos tentar falar um pouco melhor?
Frases vulgarmente utilizadas...
"Deglutir o batráquio" (Engolir o sapo)
"Colocar o prolongamento caudal entre os membros inferiores" (Meter o rabo entre as pernas) "Aliviar manualmente o prurido da região pélvica masculina" (Coçar os tomates)
"Peixe Perciforme com a barbatana caudal entre os lábios" (Pescadinha de rabo-na-boca)
"Nem sequer considerar a possibilidade da fêmea bovina expirar fortes contracções laringo-bocais" (Nem que a vaca tussa)
"Retirar a cria do equídeo da manifestação pluviométrica" (Tirar o cavalinho da chuva)
"Sugiro veementemente a Vossa Excelência, que procure receber contribuições inusitadas na cavidade rectal" (Vai levar no c...)
CF/2008