segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Um dia de merda...

Se acham às vezes que estão a ter um dia difícil? Leiam este caso verídico. * Aeroporto Internacional Santos Dumont – Rio de Janeiro/ Brasil – 15h30*
Senti um pequeno mal estar causado por uma cólica intestinal, mas nada que uma mija ou uma boa cagada não aliviassem. Mas, como já estava atrasado para apanhar o autocarro que me ia levar para o Aeroporto Internacional do Galeão, de onde ia partir o meu vôo com destino a Miami, resolvi aguentar-me. Afinal de contas eram só 15 minutos de autocarro. Chegando lá, vou ter tempo de sobra para tranquilamente fazer uma cagada magistral, dado que o avião só sairía às 16h30. Entrei no autocarro, que infelizmente não dispunha de sanitários. Senti a primeira contração e tomei consciência de que minha “gravidez fecal” chegara ao nono mês e que faria um "parto de cócoras" assim que entrasse na casa de banho do aeroporto.Voltei-me para o amigo que me acompanhava e, subtilmente disse-lhe:
- “Mano, mal posso esperar para chegar à merda do aeroporto... t’ou à rasca p’ra arrear o calhau”.
Nesse momento, senti o “Sr. Castanho” a beliscar-me os boxers, mas reuni toda a minha força de vontade para trabalhar e aguentei-me. O autocarro ainda nem tinha começado a andar quando, para meu desespero, uma voz feminina disse pelo intercomunicador:
- “Senhoras e senhores, nossa viagem entre os dois aeroportos levará em torno de 1 hora, devido a obras em uma das pistas de pouso”.
Depois disto, o “Sr. Castanho” ficou maluco e queria sair a qualquer custo. Fiz um esforço hercúleo para segurar o comboio de merda que estava para chegar à estação ânus a qualquer momento. Eu suava em bica. O meu amigo Júlio percebeu e, como bom amigo que é, ainda aproveitou para me gozar.
O alívio provisório veio sob a forma de turbulência intestinal, indicando que pelo menos por enquanto as coisas tinham-se acomodado. Eu tentava distrair-me olhando para a televisão, mas só conseguia pensar numa casa de banho, não com uma latrina, mas com uma com uma sanita tão branca e tão limpa que até se podia comer nela. E o papel higiénico então? Branco e macio, com textura e perfume e, ops... senti um volume “almofadado” entre meu traseiro e o assento do autocarro e percebi, consternado, que me havia cagado. Senti que era um “espécime” sólido e comprido daqueles que dão orgulho de pai ao seu autor. Daqueles que dá vontade de ligar aos amigos e à família e convidá-los a apreciar. A tão perfeita “obra”, dava para expor numa bienal. Mas sem dúvida, que a situação estava tensa. Olhei para o meu amigo, procurando um pouco de piedade, e confessei com ar sério:
- “Mano, caguei-me!”
Quando o meu amigo parou de rir (cerca de 5 minutos depois), aconselhou-me a relaxar, pois agora estava tudo sob controlo.
- “Que se lixe, limpo-me no aeroporto.” – pensei: - “Pior que isto já não fico”. Mal o autocarro começou a andar, a forte cólica recomeçou. Arregalei os olhos, agarrei-me ao assento da frente, mas não consegui evitar, e sem muita cerimônia ou anúncio, veio a segunda leva de merda. Desta vez, como uma pasta morna. Foi merda por tudo que era lado, borrando-me a peida, os boxers, a fralda da camisa, as pernas, as calças, as meias e os pés. E mais uma cólica anunciando mais merda, agora líquida, daquelas que “queimam” o “sim senhor” do freguês ao sair rumo à liberdade. E depois um peido tipo bufa, que confesso, eu já nem tentei evitar. Afinal de contas, o que era um peidito para quem já estava todo cagado… Já o peido seguinte, foi daquele tipo que compromete. E caguei-me pela quarta vez.
Lembrei-me de um amigo que numa ocasião, estava com tanta diarreia que resolveu comprar pensos higiénicos “Modess” e colocar nas cuecas, mas colocou as tiras adesivas viradas para cima e quando foi tirá-lo arrancou metade dos pêlos do cú. Mas para mim era já tarde demais para tal artifício absorvente. Tinha “menstruado” tanta merda que nem a bomba de um camião cisterna, poderia ajudar-me a limpar a cagada.
Finalmente cheguei ao aeroporto e saí apressado com passos curtos, supliquei ao meu amigo que fosse buscar as minhas malas à bagageira do autocarro e as levasse para a casa de banho do aeroporto, para que eu pudesse trocar de roupa. Corri para a casa de banho, entrei em cada uma das cabines, e constatei a falta de papel higiénico em todas as cinco... olhei para cima como quem roga ao Criador disse:
- “Não achas que já chega?”
Entrei na última, mesmo sem papel, e despi a roupa toda para “analisar” a minha situação (e concluí que estava no “fundo do poço”), e esperar pela minha salvação, com roupas limpinhas e perfumadas e com ela uma lufada de dignidade neste meu dia. O meu amigo entrou na casa de banho à pressa, tinha feito já o “check-in” e ia tentar “demorar” o vôo. Atirou por cima da porta o cartão de embarque e uma das minhas malas de mão e saiu antes de qualquer protesto de minha parte.
- "Porra..." - ele tinha despachado a minha mala da roupa, e nesta mala de mão só tinha os documentos e um pullover de malha com gola em V. A temperatura em Miami deveria ser de aproximadamente 35 graus. Desesperado comecei a analisar quais das minhas roupas estavam, de algum modo, aproveitáveis:
Os boxers, deitei-os para o lixo; a camisa tinha passado à história, lixo também; as calças estavam deploráveis e assim como as meias, que mudaram de cor tingidas por tom castanho-merda. Os meus sapatos recebiam nota 3, numa escala de 1 a 10. Tinha que improvisar. A necessidade é a mãe da invenção, então transformei uma simples sanita numa magnífica “máquina de lavar roupa”. Virei as calças do avesso, segurei-as pela cintura, e mergulhei a parte atingida na água da sanita. Comecei descarregar o autoclismo até que o grosso da merda se desprendeu.
E já estava “pronto” para embarcar. Saí da casa de banho e atravessei o aeroporto em direcção ao portão de embarque, trajado com uns "fantásticos" sapatos sem meias, as calças do avesso e molhadas da cintura até ao joelho (não exactamente limpas), o pullover com a gola em V e sem camisa. Mas caminhava com a dignidade de um lorde. Embarquei no avião, onde todos os passageiros estavam à espera do “RAPAZ QUE ESTAVA NO BANHEIRO”, e atravessei todo o corredor até o meu assento, ao lado do meu amigo que tentava conter o riso.
Uma hospedeira aproximou-se e perguntou-me se eu precisava de algo. Eu cheguei a pensar em pedir uns 120 daqueles toalhetes perfumados para disfarçar o meu cheiro a fossa séptica a transbordar, e uma uma lâmina de barbear para cortar os pulsos, mas decidi não pedir:
- “Nada, muito obrigado!”.
Recostei-me no assento, fechei os olhos e pensei: - “Eu só quero é esquecer este dia de merda...

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